Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados.
Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção
redobrada. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um
roteiro para fugir deles.
- "Mal cheiro",
"mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau
cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor,
mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- "Fazem"
cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. /
Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
- "Houveram"
muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos
acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
- "Existe"
muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem
normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias.
/ Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
- Para "mim"
fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer,
para eu dizer, para eu trazer.
- Entre "eu"
e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. /
Entre eles e ti.
- "Há" dez
anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas
há dez anos ou dez anos atrás.
- "Entrar
dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou
para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar
grátis, viúva do falecido.
- "Venda à
prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que
esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos
demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
- "Porque"
você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por
que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele
faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas
respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
- Vai assistir
"o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir
ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou
(desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos.
/ Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. /
Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
- Preferia ir "do
que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a
ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem
glória.
- O resultado do jogo,
não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O
resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas
denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O
prefeito prometeu novas denúncias.
- Não há regra sem
"excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e,
entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar),
"beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu),
"previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso),
"cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar),
"frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário),
"advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo),
"ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar),
"impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
- Quebrou
"o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da
mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias,
felizes núpcias.
- Comprei
"ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser
objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair,
mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
- Nunca
"lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por
isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei.
/ A mulher o deixou. / Ela o ama.
- "Aluga-se"
casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se
consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. /
Procuram-se empregados.
- "Tratam-se"
de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos
melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para
todos. / Conta-se com os amigos.
- Chegou
"em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou
a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
- Atraso implicará
"em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar,
pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica
responsabilidade.
- Vive "às
custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de,
e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em
via de conclusão.
- Todos somos
"cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros:
caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães,
gângsteres.
- O ingresso é "gratuíto".
A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito
(o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma:
flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
- A última
"seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e
sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção
de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas,
sessão do Congresso.
- Vendeu
"uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um
grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a
agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
- "Porisso".
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
- Não viu
"qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se
emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez
nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
- A feira
"inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira
inicia-se (inaugura-se) amanhã.
- Soube que os homens
"feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se
feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas,
as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum
dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as
pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o
procuro.
- O peixe tem muito
"espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse
tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa
"germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso,
"cabeçário" (cabeçalho).
- Não sabiam
"aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde
se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. /
Aonde vamos?
- "Obrigado",
disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada",
disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
- O governo
"interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo
interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos,
intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve,
pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser,
etc.
- Ela era
"meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio
esperta, meio amiga.
- "Fica"
você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo
é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue
aqui.
- A questão não tem
nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a
ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
- A corrida custa 5
"real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5
reais.
- Vou
"emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por
empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro
(ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas
malas.
- Foi
"taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi
tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
- Ele foi um dos que
"chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele
foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). /
Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
- "Cerca de
18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode
aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
- Ministro nega que
"é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como
embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou
que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. /
Embora tente negar, vai deixar a empresa.
- Tinha
"chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha
chegado atrasado.
- Tons
"pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por
substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza,
camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis,
canetas pretas, fitas amarelas.
- Lute pelo
"meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra,
ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece,
porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama,
vale-refeição, meio-de-campo, etc.
- Queria namorar
"com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
- O processo deu
entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF.
Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao")
Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não
"junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não
"junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não
"junto ao") Procon.
- As pessoas
"esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os
pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas
esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
- Vocês
"fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se,
lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito
(antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou
far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca
"imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não
"darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo
"formado-me").
- Chegou "a"
duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica
passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro
(não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá
daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância)
pouco menos de 12
metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez
dias.
- Blusa "em"
seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é
feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de
madeira.
- A artista "deu
à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à
luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
- Estávamos
"em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa.
/ Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
- Sentou
"na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em
cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à
máquina, ao computador.
- Ficou contente
"por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução
não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
- O time empatou
"em" 2
a 2. A preposição é por: O time empatou
por 2 a
2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
- À medida
"em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a
epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista
que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
- Não queria que
"receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que
receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste,
receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação
ear: receiem, passeias, enfeiam).
- Eles "tem"
razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O
mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem,
eles vêm; ele põe, eles põem.
- A moça estava ali
"há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça
estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia
(fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O
havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito
do indicativo.)
- Não "se o"
diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca
use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
- Acordos
"políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último
elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras
verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos
social-democratas.
- Fique
"tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i
exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
- Andou por
"todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por
todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação
inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem
(cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
- "Todos"
amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o
elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
- Favoreceu
"ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a:
Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
- Ela
"mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é
variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas
recorreram à polícia.
- Chamei-o e "o
mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de
pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários
públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos
servidores (e não "dos mesmos").
- Vou sair
"essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou
objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este
dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
- A temperatura chegou
a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau,
zero-quilômetro, zero hora.
- A promoção veio
"de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa
uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De
encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários
foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
- Comeu frango
"ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu
frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao
invés de entrar, saiu.
- Se eu
"ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da
mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter),
mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer),
desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
- Ele
"intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se
como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e
incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem,
incendeio.
- Ninguém se
"adequa". Não existem as formas "adequa",
"adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou
o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
- Evite que a bomba
"expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e
e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale
"exploda" ou "expluda", substituindo essas formas
por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as
pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo",
"precavês", "precavém", "precavenho",
"precavenha", "precaveja", etc.
- Governo
"reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança.
Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v:
Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem
"reavejo", "reavê", etc.
- Disse o que
"quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e
pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram,
puséssemos.
- O homem
"possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens.
Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em
uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
- A tese
"onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele
mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em
que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa
em que ele canta... / Na entrevista em que...
- Já "foi
comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém
"é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado
(cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria
"comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A
diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada
aos empregados.
- Venha
"por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a
roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros:
fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou
verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no
entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
- "Inflingiu"
o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o
regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor:
Infligiu séria punição ao réu.
- A modelo
"pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave,
avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer)
com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego
(trânsito).
- Espero que
"viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A
forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também
"comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode
resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido
(extenso) e cumprido (concretizado).
- O pai
"sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O
pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu
sem sequer nos avisar.
- Comprou uma TV
"a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz
TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores,
desenho em cores.
- "Causou-me"
estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras.
Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes
do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e
não "foi iniciado" esta noite as obras).
- A realidade das
pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não
deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode
mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não
"foram punidas").
- O fato passou
"desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não
foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
- "Haja
visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja
vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas
críticas.
- A moça "que ele
gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta.
Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que
assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
- É hora
"dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com
artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele
chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos
terem ocorrido...
- Vou
"consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo
mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com
você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não
"para si").
- Já "é" 8
horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8
horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é
meia-noite.
- A festa começa às 8
"hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm
plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não
"kms."), 5
m, 10 kg.
- "Dado" os
índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das
pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
- Ficou
"sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de:
Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale
a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a
inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da
mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
- "Ao meu
ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a
nosso ver.
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