Eu terminei, na semana passada, meu estágio de professor em um colégio da rede pública e fiquei tão assustado com o que vi, ao ponto de querer mudar de opinião quanto a querer ser professor. durante quatro meses observei crianças e adolescentes durante o período que ficam na escola, em torno de quatro horas por dia. O que ví, sinceramente me assustou, porque não consegui vislumbrar muita coisa de positiva, sobre o que comentar e nossas crianças, que daqui há dez ou vinte anos começarão a tomar as rédeas da condução deste país, estão péssimas quanto ao assunto educação. Dentro das salas de aula não conseguem ficar dois ou três minutos ao menos, sem conversa paralela ou prestando atenção ao que é passado pelo professor que fica em uma situação desgastante. Se chamar a atenção do aluno com rigor, a própria direção ou os pais vão reclamar dele, se deixa a bagunça correr, não tem a devida autoridade, se reprova, não é o aluno que foi mal, foi o professor que não soube orientar.
Estamos em ano de eleição e em breve vamos escutar toda aquela história de sempre, dos nossos governantes ou pretendentes aos cargos de governo que, se são da situação, a educação está boa mas precisa continuar a melhorar mais ainda, pra não queimar o antecessor. Se é de oposição, que um dia já foi situação, a educação está péssima desde quando a situação assumiu, abandonou os projetos que vinham fazendo sucesso e jogou a educação às traças. Se é oposição que nunca foi situação, a educação só tem um jeito e este jeito só ele tem a solução.
A instituição família agora não é mais a mesma, não quero dizer que esteja acabada, mas os conceitos mudaram; a palavra respeito não tem mais o mesmo significado. Professores não devem ser respeitados, devem respeitar e temer os alunos e seus pais. A globalização nos expande os horizontes e nos arremete a outras fronteiras, estas que são as que vemos diante dos nossos olhos: de um lado o que nós acompanhamos diariamente, do outro é o que nos fazem crêr através do que nos informa o governo em suas "pesquisas" dando ao mundo uma imagem de um país cada vez mais culto, inteligente e eficiente, mas que precisa de continuação de seu projeto.
A vontade política é uma arma e esta arma pode ser voltada para qualquer direção e o que vemos é uma vontade política de que nosso país nunca atinja um patamar elevado educacional. Isso faria com que nossos jovens tivessem uma visão melhor sobre política e muitos dos que estão agora aí, iludindo a nós eleitores com vãs promessas, cairiam e isso não seria bom para eles. Então vemos que, independente de quem vai ganhar a próxima eleição, situação ou oposição, tudo vai continuar igual e assim, nosso país vai continuar sendo sempre um país só do futuro, até quando Deus quiser, ou para aqueles que não crêem nele, até quando a ciência, em todas as suas ramificações, incluindo a bélica, deixar.
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